Enquanto poucos resistem à mudança e insistem nos bloqueios conservadores outros há que vão dando sinais extraordinariamente interessantes de modernidade.
Os ventos de mudança sopram da Comissão europeia presidida pelo português e apaixonado de futebol Durão Barroso.
O Tratado de Lisboa traz novas responsabilidades para o Desporto que vê reconhecido o seu papel como factor de desenvolvimento económico e social.
Reconhece ainda o papel do desporto na inclusão social e criação de emprego nos diversos países da União Europeia.
A Comissão Europeia vai debruçar-se ainda sobre as transmissões televisivas das diferentes modalidades procurando harmonizar procedimentos bem como a criação de mecanismo de solidariedade redistributiva entre modalidades e competições.
Outro assunto a precisar de um empurrão comunitário são as apostas desportivas. Hoje, tal como estão, provocam uma injustiça entre clubes que participam nas diferentes competições internacionais, existindo países onde se evolui favoravelmente e outros onde os monopólios se vão mantendo relegando para as calendas a arrecadação de mais e diferentes receitas fiscais para o estado e para os clubes.
A formação desportiva, o combate à violência, o respeito, a luta contra a corrupção merecem também uma perspectiva supra nacional, bem como a transparência desejada nas transferências dos jogadores.
O desporto é um factor de união entre povos e culturas, aproximando os desavindos, procurando proporcionar momentos de paz e afastar a desinteressante guerrilha que alguns teimam em implementar.
Compete ao desporto estar à altura deste significativo sinal dado pela Comissão Europeia.
Este é o espírito reformista que o desporto pode protagonizar e nunca o seu contrário criando muitas vezes divergências artificiais só para satisfazer caprichos e birras pessoais.
Pontapé-de-Saída, A Bola, 24/01/2011