A reacção de alguns dirigentes associativos ao ultimato da FIFA é, no mínimo, intrigante. Olham agora com total indiferença e num passado recente só falavam dessas ameaças e das avultadas indemnizações por prejuízos causados pela não participação nas competições europeias.
É possível enganar alguns durante algum tempo, é possível enganar alguns durante todo o tempo, mas não é possível enganar todos durante todo o tempo.
É chegado o momento dos clubes intervirem directamente nas associações dos seus distritos, procurando sensibilizar os dirigentes mais resistentes à mudança.
Quem não muda é o atletismo, sempre a ganhar.
Nos campeonatos da Europa de pista coberta Portugal esteve em grande nível.
Francis Obikwelu é o novo campeão europeu dos 60m. Aos 32 anos continua a ser dos atletas mais rápidos e Naide Gomes voltou a mostrar que é das melhores atletas do mundo. Mesmo não estando nas melhores condições físicas conseguiu trazer a medalha de prata para Portugal. Notável esta participação, apesar do engano na inscrição da atleta Sara Moreira que levou à demissão do Prof. Fernando Mota, um dos melhores dirigentes desportivos do nosso país.
Bons dirigentes estão também na Capital do Móvel em Paços de Ferreira. Provam que a questão financeira tem uma importância relativa.
O Paços de Ferreira é um bom exemplo de gestão desportiva e de uma liderança discreta mas eficaz. O treinador Rui Vitória conseguiu criar um grupo de trabalho forte, coeso e unido onde se destaca a dupla Pizzi/Rondon que são os grandes responsáveis pela presença do Paços de Ferreira em Coimbra na final da Bwin Cup – Taça da Liga.
O Paços de Ferreira não é gerido com a superior autorização da banca mas sim por gente humilde que percebe de futebol.
Esta é a grande diferença, que vale pontos e faz chegar o clube a finais.
Pontapé-de-Saída, A Bola, 08/03/2011