Ontem falava aqui neste espaço da necessidade de transparência nas decisões da FIFA e, entretanto, tomámos conhecimento de novas revelações sobre o processo de decisão relativo à organização do Mundial 2018.
Ficámos a saber agora que, o outrora agente secreto do KGB e agora primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, teve encontros secretos com pelo menos um terço dos membros da Comissão Executiva da FIFA.
Uma revelação, no mínimo, extraordinária feita por ex-dirigente da Federação de Futebol da Rússia e ainda não desmentida por ninguém.
Confirmadas estão as suspeitas de que os relatórios técnicos de avaliação das várias candidaturas não foram mais de que um mero “pro forma” num processo conturbado e cheio de suspeições.
Mas a decisão está tomada. Não vale agora a pena chorar sobre o leite derramado. Concentremo-nos pois no essencial para o futuro do nosso futebol. E a parceria com “nuestros hermanos” é, na minha perspectiva, absolutamente fundamental em termos futuros.
Aventam-se, mais uma vez, algumas possibilidades para um futuro próximo como a criação de competições ibéricas. Não sei se é esse o caminho mas sei que é nessa direcção que temos que trabalhar aproveitando o prestígio do futebol espanhol e valorizando os jogadores portugueses que deste e do outro lado da fronteira todas as semanas alimentam as nossas alegrias e desilusões. O mercado ibérico é hoje uma realidade indesmentível.
O caminho faz-se caminhando. Devem ser encontradas datas para que o vencedor da Liga Orangina jogue com o vencedor da Liga Adelante e o vencedor da Liga Zon Sagres jogue com o 1º classificado da Liga BBVA.
Num mercado mergulhado numa profunda crise os clubes de futebol têm que encontrar novas fontes de receita potenciando o negócio e o espectáculo.
Pontapé-de-Saída, A Bola, 07/12/2010