Na passada semana o futebol perdeu mais uma oportunidade de adequar os seus regulamentos à legislação em vigor. Foi uma semana intensa com a reunião na cidade do Porto do Conselho de Presidentes da Liga que contou com a presença de Gilberto Madail bem como o plenário das associações na véspera da Assembleia Geral da FPF. Podem alguns pensar que esta AG deu um empate, mas considero claramente uma derrota para o futebol em geral e uma vitória sem consequências práticas para Fernando Gomes que lutou até à exaustão para que a reforma estatutária obtivesse 75% dos votos. Ficou próximo, muito próximo.
Chegou a hora dos clubes perguntarem às suas associações quais as razões que levam ao bloqueio. Ficámos também a saber que algumas associações nunca ouviram os clubes que participam nas competições profissionais e que algumas mudam de posição consoante o último telefonema recebido.
É evidente que o governo vai ter que voltar a intervir, pois caso não o faça, ninguém no mundo desportivo, o poderá levar a sério.
Convém lembrar que as mais diversas federações procederam à actualização dos seus estatutos e sentem-se defraudadas pela inércia que existe na modalidade do futebol.
Não podemos dizer que são as associações distritais que estão a impedir a reforma, mas sim algumas associações que insistem em manter o futebol fora da lei.
Gilberto Madail apareceu dando nota da sua disponibilidade para a recandidatura. Foi recebida com indiferença mas considero que é uma recandidatura forte com muitas condições para ter sucesso, se efectuar obviamente a renovação que se impõe tendo em conta os objectivos para o futuro.
O futebol vai marcar passo, falta saber o que pensará a UEFA, FIFA e o Governo.
Depois de Laurentino Dias, terá agora a palavra Pedro Silva Pereira – o ausente ministro da tutela.
Pontapé-de-Saída, A Bola, 31/01/2011